SP registra mais de 24 mil boletins de ocorrência envolvendo vítimas com deficiência em 17 meses
A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo realizou no dia 08 de dezembro o II Seminário Estadual sobre Violência contra Pessoa com Deficiência. O evento, com o tema “Cuidando do Cuidador”, discutiu políticas e serviços capazes de amenizar a tensão no relacionamento entre a pessoa com deficiência e o cuidador, além de apresentar números sobre os casos de violência contra pessoas com deficiência no Estado de São Paulo e apresentar as mudanças que a Lei Brasileira de Inclusão trará no quesito violência.
Luiz Carlos Lopes, coordenador de Desenvolvimento de Programas da Secretaria, e Marco Aurélio Teixeira de Queiroz, consultor em Psicologia da APAE de São Paulo, apresentaram informações gerais sobre o Programa Estadual de Enfrentamento à Violência e os números da violência no Estado de São Paulo.
Segundo Lopes, o Programa é baseado em três eixos, o de notificação e coleta de dados existentes; capacitação dos profissionais e da rede de serviço; e prevenção da violência contra pessoas com deficiência.
Um dos dados apresentados por Luiz Carlos Lopes foi o de que entre maio de 2014 e outubro de 2015, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram registrados, em todo o Estado de São Paulo, 24.227 ocorrências envolvendo 24.558 vítimas com deficiência.
Os municípios com mais ocorrências registradas foram: São Paulo, com 6.433; Ribeirão Preto, com 542; Campinas, com 470; Guarulhos, com 438; São Bernardo do Campo, com 392; Santo André, com 382; Osasco, com 378; Santos, com 346; Sorocaba, com 307; e Bauru, com 291, entre outros.
Desses dados também foi extraída a informação de que 47% das pessoas que fizeram Registro Digital de Ocorrência tem deficiência física, enquanto 20,99% tem deficiência intelectual, 13,05% visual, 12,07% auditiva e 6,25% deficiência múltipla.
Dentre os Boletins de Ocorrência de natureza criminal, os que mais se destacam são: ameaça, com 3.770 casos; furto, com 3.197; lesão corporal, com 2.691; roubo, com 2.412; e injúria, com 2.140 casos.
Os crimes contra a pessoa são os casos que mais se destacam, seguidos dos crimes contra o patrimônio, 34,99% e 29,21%, respectivamente.
A Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, um dos resultados do Programa, recebeu de junho de 2014 a outubro de 2015, 1.038 pessoas; foram elaborados 452 Boletins de Ocorrência e 112 inquéritos.
Diferente do número dos Boletins de Ocorrência habituais, a Delegacia especializada atendeu mais de 60% de pessoas com deficiência auditiva. O local conta com intérprete de Libras durante todo o seu funcionamento. Dessa forma, fica mais fácil para a pessoa com deficiência auditiva se comunicar.