Conferência da ONU destaca, no primeiro dia, desafios enfrentados por pessoas com deficiência em crises humanitárias

Dra. Cristiany de Castro, presença ativa na conferência, destaca os principais e importantes pontos abordados neste primeiro dia durante o fórum focado na sociedade civil.

Conferência da ONU destaca, no primeiro dia, desafios enfrentados por pessoas com deficiência em crises humanitárias

No primeiro dia da 17ª Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (COSP) das Nações Unidas, diversas organizações sociais de todo o mundo reuniram-se para discutir questões urgentes relacionadas às crises humanitárias, pós-pandemia, mudanças climáticas e destacando a falta de prioridade dada às pessoas com deficiência no cenário mundial atual.

A África foi particularmente mencionada como um ponto de preocupação, com a luta pelos direitos das pessoas com deficiência neste continente demandando mais apoio e avanços significativos. A importância das organizações da sociedade civil (OSCs) foi ressaltada pela Arábia, enquanto a Comissão Europeia alertou para o aumento da mortalidade entre as pessoas com deficiência devido à crise humanitária climática.

A situação em Gaza foi destacada como alarmante, com relatos de fome e violência sexual enfrentadas por mulheres com deficiência e suas famílias. O Consórcio Internacional para a Inclusão Internacional apelou para que as organizações acompanhem de perto as questões humanitárias relacionadas às pessoas com deficiência e informem à ONU sobre suas necessidades.

Na África, ainda persistem desafios significativos, com pessoas com deficiência muitas vezes separadas de suas famílias. Além disso, foi observado que as OSCs humanitárias nem sempre respeitam os direitos das próprias pessoas com deficiência. Nos exemplos trazidos por Uganda e Quênia, foi destacada a discriminação enfrentada por pessoas com deficiência LGBT e mulheres, respectivamente. No Quênia, foi relatado que muitos indivíduos mais comprometidos são enviados para instituições onde acabam isolados e, em alguns casos, falecem.

A conferência enfatizou que, em meio a crises humanitárias, as pessoas com deficiência frequentemente são esquecidas, e o discurso sobre inclusão ainda está longe de ser uma realidade concreta. É crucial que esforços sejam intensificados para garantir que as necessidades e direitos das pessoas com deficiência sejam adequadamente reconhecidos e atendidos em todas as circunstâncias, independentemente das crises que possam surgir.